Assessoria Técnica e Perícia Judicial em Medicina, Ginecologia e Obstetrícia e Grafoscopia.
Vulvoscopia
INTRODUÇÃO: A vulvoscopia compreende o exame magnificada da vulva e regiões adjacentes com o auxílio do colposcópio e reagentes especiais (ácido acético, azul de toluidina (teste de Collins) e solução de iodo (teste de Schiller). Esse exame vem sendo realizado desde 1971, quando Broen e Osterard demonstraram que esse, associado ao teste de Collins, apresentava-se eficiente no diagnóstico precoce da neoplasia vulvar. PRÉ-REQUISITOS: 1 - Observação Macroscópica da Vulva Deve-se fazer o exame macroscópico da região vulvar sempre antes do uso do colposcópio, no intuito de identificar lesões clínicas e alterações da coloração, o que é mais difícil de ser notada com o uso da imagem magnificada. 2 – Conhecimento de Anatomia Para ser um genitoscopista hábil para examinar a vulva tem-se que conhecer muito bem a anatomia da região – monte de Vênus, grandes e pequenos lábios, sulcos interlabiais, vestíbulo, clitóris, região perineal, região perianal e sulcos genitocrurais. 3 – Conhecimento de Histologia Vulvar A vulva apresenta múltiplos epitélios – pele (área externa - com folículos pilosos, glândulas sudoríparas e sebáceas), epitélio escamoso estratificado não queratinizado (vestíbulo) e queratinizado (pequenos lábios), e cada um desses reage de maneira peculiar ao ambiente normal e às agressões externas. 4 – Conhecimento em Dermatologia, Clínica Médica e Doenças Sexualmente Transmissíveis. Um grande número de patologias pode acometer a região (doenças cutâneas específicas, doenças sexualmente transmissíveis, repercussões locais de patologias sistêmicas, urinárias ou cervicovaginais, lesões traumáticas e neoplásicas. Podemos então afirmar que a vulvoscopia é um exame multidisciplinar e em alguns casos a presença de outro especialista se faz necessário. INDICAÇÕES:
CONTRA-INDICAÇÕES:
PREPARO:
TÉCNICA DO EXAME: Para a realização correta do exame devemos seguir as seguintes etapas:
1 – Teste de Schiller Realizado no introito, que apresenta epitélio glicogenado, que cora em marrom se normal. Após esse teste deve-se aplicar hipossulfito de sódio 1% para retirada da solução anterior. Esse teste não é rotina. 2 – Teste de Collins Com aplicação de azul de toluidina 1%, seguido de suas retirada após 3 minutos com ácido acético 1%. Não é utilizado rotineiramente. 3 – Biópsia dirigida Realizada sempre sob anestesia local, em áreas francamente suspeitas, com dermátomos de Keyes, pinça de biópsia de Gaylor-Medina, lâmina fria ou alta frequência. TEXTO EXTRAÍDO E ADAPTADO DE: “PATOLOGIA DO TRATO GENITAL INFERIOR" – NELSON VALENTE MARTINS E JULISA C. L. RIBALTA – ROCA – 1 EDIÇÃO - 2005 |
Dr. José Augusto Valle Delicato Filho